Experiência de leitura e escrita
Quando comecei a lecionar Matemática
imaginava que meu trabalho seria totalmente direcionado aos números e tive
minha primeira decepção; quando um de meus alunos ao tentar resolver um
problema me perguntou se era conta de vezes ou de dividir.Naquele momento
percebi que o trabalho com Matemática estava além dos algarismos, dos
algoritmos e das fórmulas que havia estudado na faculdade, foi então que
procurei saber como fazer para melhorar minha prática na escola e num dos cursos
que estava fazendo acabei por constatar que o que estava faltando para aquele
aluno e para muitos outros alunos a quem ministrava aulas era falta de
leitura, não leitura como decifração , mas sim leitura proficiente,
compreensiva e reflexiva valendo de estratégias que desvendassem os textos, que
passassem informações e que assim,ampliassem a visão de mundo dos alunos.A
partir deste momento foi que comecei a trabalhar com momentos de leitura
dirigidas dentro da disciplina de Matemática e assim fui constatando que
os alunos não mais ficavam só dependendo do professor , mas conseguiam
progressivamente ficar mais autônomos,mais interessados nas leituras e que
conseguiam agora resolver problemas que antes nem tentavam.Atualmente atuando
como professor coordenador pedagógico procuro sempre mostrar aos
professores de todas as disciplinas que o papel de ensinar a leitura não cabe
só ao professor de Língua Portuguesa, mas depende de cada um deles.Quanto a
escrita, acho que a grande maioria dos cursistas têm recordações,
principalmente a respeito da cartilha Caminho Suave e recordações muitas vezes
não muito boas, principalmente depois que passamos a trabalhar com
alfabetização e a entender como se dá o processo de aquisição da escrita;
antigamente éramos trabalhados totalmente fora da nossas realidades ,sem
contextualização alguma, perdíamos muito tempo nos preparando para poder
escrever, fazendo "sobes e desces" e contornando coisas, ainda
aprendíamos letra por letra em sequência utilizando as famílias silábicas,
escrevíamos muito pouco e apenas decodificavamos essa escrita.O que me
marcou nessa época foi a professora, a Dona Maria Inês era um amor de pessoa e
sempre dava muita atenção aos seus alunos e como estava em uma sala multisseriada
de 1ª e 2ª série, ainda na 1ª série já me apropriava dos conteúdos trabalhados
na 2ª série e logo passei a gostar de ler e escrever mesmo não tendo muitos
livros, lia tudo o que encontrava pela frente e hoje vejo esse trabalho com
leitura e escrita como primordial para termos pessoas proficientes na leitura e
escrita.
Autor- Marcio Roberto Gabriel
Aprender a ler foi uma coisa tão natural , que nem me lembro ao certo como foi. bom assim neh?
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